domingo, 25 de maio de 2008

CAPÍTULO QUATRO – DE VOLTA ÀS ORIGENS [parte 3]

Bom, não deu outra. Chegamos na maldita pracinha e vi as pessoas de sempre. E quer saber, foi até legal!
Tinha um tempão que eu não via a Ju, a Val, o Duda, a Nice, o Écio (um antigo peguete meu, como diria a famosa comunidade do orkut ahhh se essa pracinha falasse).
Devaneios a parte, agora que sou uma menina da cidade fico tentada a pedir uma skol gelada, como fazemos no bar do mãozinha todas as sextas, mas ao olhar para meus velhos conhecidos e pro seu Jão Birita, dono do bar mais "in" e único da pracinha, perco a coragem. Afinal, o cara me viu crescer, sempre pedia um chiclete da barbie para guardar as figurinhas, não podia chegar agora e pedir uma "gelada"!
- Écio, você sabia que a Nicky está de namorado na cidade grande?! - a bocuda da Brenda está encalhada mesmo, poxa, precisa contar minha vida amorosa para todos daqui!?
- Sério Nicky, e quem é o sortudo? Espero que esse tenha mais sorte que eu. - aí vem ele agora com esse recentimento ultrapassado, jogar toda a sua amargura em mim. Só porque terminei com ele na frente de todos, no meio da dancinha de festa junina. Quanto rancor uma pessoa pode guardar em apenas um coração...
- E como é ele Nicky? - bom, essas garotas estão afim mesmo de saber da minha vida, não é?! Então vamos lá...
- Bom, ele é um gato! Moreno, alto, bonito e sensual... igualzinho aquela música.
- Então ele é solução de todos os seus problemas?! - Val pergunta risonha.
Ah, a Valéria! Gente, tenho de contar a triste história dela. Menina inteligente ela, passou em todas as federais possíveis pra Medicina, até na USP, e não te conto porque ela acabou na Faculdade Alterosa do Sul, no curso de enfermagem. Ah eu vou contar, tenho que dividir minha indignação. Val ficou na cidade, na faculdade meia boca, porque seu belo namorado (que de belo não tem nem o branco do olho) não passou em nada, só na da cidade mesmo, que é só pagar pra entrar. E sim, só para não se separar dele, ela esqueceu do seu sonho de ser médica. E tem gente que diz que o amor é lindo, para mim o amor é cego, surdo, mudo e muito burro.
Bom, é melhor eu parar de falar nisso e voltarmos aos acontecimentos presentes.
- Solução para qualquer tipo de problema... - digo, certa de que essa é uma verdade absoluta.
- Mas ele é garoto de programa!? - aff, é por essas que não suporto Brenda, ela tenta ser engraçada as custas de tudo. E fica rindo que nem uma hiena, tentando se mostrar para o Écio. Sim, a invejosa sempre morreu de amores por ele quando eu estava com ele. Para falar a verdade, todos os garotos que gostei, ela também dizia que gostava.
Resolvo não responder, e de longe avisto o Leo conversando com alguém. Dou uma desculpinha qualquer e vou até ele.
- Leooo, amor...
Não, só posso ter colado chiclete na cruz... adivinhem quem estava com o Leo...

[continua...]