quinta-feira, 19 de junho de 2008

CAPÍTULO SETE - NUM TÉDIO SEM REMÉDIO [parte 4]

 Leandro e Leonardo - Pense em mim

-Deixa-me ver. – ela pega da minha mão e lê em voz alta. – “Obrigado pelo carinho. Leonardo.”
-Leonardo? Mas não era Leandro?
-Você o chamou de Leandro?
-Sim... ixe errei o homem. Ah, mas do mesmo jeito o Andrey vai gostar, é fã dos dois...
-Você não ta entendendo. Agora estou lembrando. – e olha mais uma vez, para o grupo dentro da loja – o tal do Leandro, era a dupla dele, mas morreu uns anos atrás. Agora que olhei melhor, me lembrei, deu o maior auê. Parece que foi câncer.
Fico vermelha. Ai que vergonha! Que insensível eu sou. Ai meu deus. Que mico.
-E está vendo aquele gatinho? O de camisa azul? – ela aponta discretamente.
-O que tem ele?
-É filho do falecido.
-Ai Deus. Que falta de tato a minha... vamos logo. Estou morrendo de vergonha.
Sai mais que rapidamente dali. Nem clima mais tenho para shopping. A vergonha me consumia.
Passei o fim de semana todo me corroendo de remorso e vergonha. Quando domingo a noite chega, estou no meu quarto deitada, ouvindo Leandro e Leonardo (me senti em dívida com eles, e comprei um cd), Sophia abre a porta, e olha para mim espantada.
-Tá doente?
-Por que?
-Sei lá, ficou para baixo todo o fim de semana, e agora ouvindo sertanejo. Logo pensei, é problema. Brigou com o Andrey?
Olho para Sophia indignada. Oras, porque agora toda vez que estou um pouco mais triste ou mais alegre, tem que ser culpa do Andrey? Será que antes de não ter um namorado eu era uma anta sem alma? Ok, estou novamente exagerando. Meu eu dramático às vezes me domina.

[continua...]